Solidão

Num Sábado

Estou inútil, sem você,
nesta noite de sábado que começa.
Há as horas que terão que passar, que vão passando
e que me amedrontam
como o imenso deserto ao caminhante já sem forças.

Assisto à tarde que se vai, triste, oleosa,
como se a visse quadriculada, de uma cela,
sem direito à paisagem.E o pior é que hoje é sábado,
e antes da segunda em que te colho,
há sempre um domingo em que te perco.

J.G. de Araújo Jorge