“ — Teu nome será Nevers, Nevers na França..
— E o teu será Hiroshima…”
(Margueritte Duras, em “Hiroshima, mon amour”)
Eu te reencontro, amor-de-ontem
no fundo de minha alma
e te escuto ao telefone —
mesma voz doce-calma,
pura ternura.
…E não sei a quem pedir perdão,
a quem traí
quando parti,
que ao partir, parti-me.
Por anos-luz vagueei
perdendo-te,
perdendo-me.
Hoje relembro a alegria,
o teu riso,
milhões de guisos
ao acordar-me o dia.
o desjejum que fazias,
o amor-prazer tranquilo,
nossa elegia.
Eu então nada escrevia,
só vivia.
E te retiro do esquecimento,
refaço-me do sofrer.
Hoje o passado eu canto
para o presente viver
ou escolher…
E te nomeio Nevers,
o jovem amor-encanto,
que eu, Hiroshima,
não mais vou esquecer.
Maju Costa
curti o poema!
Ele me fez ser a planta do universo,
o tomate que ainda não foi colhido,
muito menos mordido ou usado como salada;
talvez abusado entre cabelos de uma horta misteriosa!
(correção 1)